Outro dia, enquanto fazia minha busca pessoal por um imóvel novo, em construção, fui visitar um bairro onde havia boas possibilidades dentro do meu orçamento. Me chamou a atenção uma obra em andamento. Mas o que mais me impactou não foi o imóvel em si, mas sim o que estava em volta dele.
Contabilizei mais de 15 placas de diferentes imobiliárias no mesmo empreendimento. Quinze. Talvez até mais.
Isso me provocou um incômodo, não pela quantidade em si, mas pelo que ela representa. Afinal, será que o mercado está tão desorganizado que todo mundo está tentando vender a mesma coisa? Ou será que a construtora é tão requisitada que precisa de tantos parceiros ao mesmo tempo? Fiquei imaginando: se eu, que sou do mercado, fico confuso… o que será que o consumidor pensa ao ver isso?
Movido por essa inquietação, fui pesquisar online. Digitei o nome do empreendimento nos principais portais. Resultado: encontrei o mesmo imóvel sendo anunciado por cerca de 40 imobiliárias diferentes. E o detalhe que mais me espantou: os preços variavam. Às vezes por pouco, às vezes por muito. Mas variavam.
A metragem era a mesma. O produto, idêntico. Mas os valores? Diferentes. E daí surge uma pergunta que não quer calar: O mercado imobiliário é mesmo seguro? Ele é organizado? Ele é confiável?
Fica o questionamento para quem trabalha no setor e para quem pretende comprar um imóvel:
- O excesso de placas gera credibilidade ou desconfiança?
- O cliente entende que está bem assessorado ou que está diante de um leilão de comissões?
- As imobiliárias estão sendo valorizadas ou apenas emprestando sua marca e seus recursos para uma incorporadora?
São reflexões que precisamos encarar com seriedade. Porque o excesso de placas pode estar escondendo uma ausência de estratégia. E isso, no fim das contas, compromete não só a percepção do cliente, mas o valor da nossa profissão.