Por Paulo Roberto de Oliveira*
Quando falamos da indústria imobiliária, identificamos várias etapas de trabalho até o fechamento do negócio, desde a prospecção até a entrega de um empreendimento ou imóvel ao seu usuário final, tornando este processo longo. Dados os diversos conhecimentos que precisam ser empregados para o encadeamento e eficiência de cada uma dessas etapas, o setor passa por um processo de especialização: o profissional estabelece uma relação muito bem definida e detalhada com a sua prestação de serviço, atuando em nichos de mercado.
Isto já está muito presente em mercados maduros como na Europa e Estados Unidos. No Brasil, pode-se afirmar que o marco desse movimento foi a criação do Cadastro Nacional de Avaliadores de Imóveis (CNAI), que certifica os corretores de imóveis, através de um curso, com determinado número de horas, onde o profissional aprende sobre os métodos e regras da avaliação de imóveis. Hoje, são 35 mil corretores de imóveis certificados.
Além disso, a avaliação imobiliária incorpora parâmetros que seguem as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas técnicas), que conferem mais credibilidade e assertividade aos laudos técnicos emitidos e, consequentemente, a valorização profissional do corretor de imóveis, que é seu executor.
Ainda estamos em processo de evolução, mas já começamos a observar que cresce a procura pelo judiciário, bancos e outras organizações pelo corretor de imóveis certificado para a realização da avaliação imobiliária, diferente de tempos atrás, em que essa função era atribuída ao engenheiro ou ao arquiteto.
Hoje, todos eles compartilham deste mesmo mercado, tornando a avaliação de imóveis mais precisa, enquanto balizadora de preços dos ativos, e a negociação mais justa e transparente para todas as partes envolvidas. A troca de ideias e informações entre esses profissionais, com áreas de atuação diversas, também contribui para a melhoria do próprio processo em si.
Essa evolução passa obrigatoriamente pela transformação do profissional, que precisa buscar a atualização permanente para conhecer as normas e tornar o trabalho da avaliação de imóveis sempre atual quanto às técnicas empregadas e alinhado à realidade de mercado.
É desta forma que ele mudará a visão que a sociedade tem sobre a sua categoria. O trabalho não é fácil. Ao contrário, é árduo e requer muita disciplina. Não poderia ser diferente. De certa forma, estamos preparando o caminho para futuras gerações de avaliadores de imóveis.
* Fundador da Avalion, startup do mercado imobiliário que oferece ferramentas para a avaliação de imóveis às empresas e profissionais do setor: pauloroberto@avalion.com.br
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