O forte aquecimento do mercado imobiliário tende a se manter, em 2021, conforme levantamento da Associação Brasileira das Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) realizado com presidentes e diretores de 38 das maiores empresas do setor durante o ano de 2020. A pesquisa apontou que 97% dos empresários pretendem lançar projetos, nos próximos 12 meses, e 92% comprará terrenos, principal matéria-prima para a produção imobiliária, no período.
“Temos tudo para que o crescimento seja sustentável”, afirma o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França. Entre os fatores que vão possibilitar a expansão, França cita o número recorde de 973 alvarás, nos 12 meses encerrados em setembro, para construção de novos empreendimentos verticais, em São Paulo. “Os dados vêm demonstrando vendas e lançamentos crescentes”, diz.
Do total de entrevistados, 87% informaram aumento de vendas no terceiro trimestre. Entre os que atuam no programa habitacional Casa Verde e Amarela, o incremento foi de 82% e, nas empresas com foco no segmento de médio e alto padrão, a expansão foi de 90%. Em relação às expectativas de comercialização, nos próximos três meses, 68% do total avalia que haverá alta e, nos próximos 12 meses, 87% acreditam em crescimento.
Para 63% dos entrevistados haverá aumentos de preços superiores a 5% nos próximos 12 meses. No prazo de cinco anos, as altas vão superar 10%, na avaliação de 84% dos empresários. “O valor dos imóveis está estável mesmo com os aumentos de preços dos insumos. Tecnicamente, este é o momento para a compra”, afirma o presidente da Abrainc.
Nos últimos meses, 87% dos entrevistados registraram mais procura por imóveis. No segmento de baixa renda, 82% dos participantes tiveram essa percepção, enquanto no de médio e alto padrão, 90% informaram aumento.
O setor de incorporação tem se beneficiado muito da queda de juros. À medida que taxas menores possibilitam reduzir o valor das parcelas, o poder de compra dos clientes aumentou. Ao mesmo tempo, muitos consumidores finais e investidores têm direcionado para aquisição de imóveis recursos que até então estavam na renda fixa.
Neste momento de mais valorização de onde se mora, como consequência das pessoas que estão trabalhando de casa, a busca de imóveis maiores e que atendam a novas necessidades dos moradores, como a de espaço para trabalho e para aulas à distância, também tem contribuído para o aquecimento do setor.
No entendimento de França, como o setor está “estruturalmente bem”, o maior risco atual são as consequências da pandemia de covid-19 na macroeconomia. “Quando houver a vacina, o setor de construção será o grande indutor da retomada da economia”, afirma o representante setorial.
Fonte: Valor Econômico – Globo (Adaptado)
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